Poesia Libertária


Minha poesia é rebelde e libertária,
Transcende o seu criador.
Não aceita rótulos nem formas
(com “ó”, aberto; mas poderia ser “ô”, fechado),
Nem se ajusta a nenhum estilo.

Ajustar-se e conformar-se?
Apenas às regras gramaticais,
Quando achar que deva seguir.
Exemplo? Está aí: “Forma (ó) e Forma(ô)”
Como distingüir, na linguagem escrita?

Não aceita a f(ó)rma”; “não aceita a “f(ô)rma
Questão de Prosódia? Ortoépia?
“Homônimas homógrafas”?
Uma Ova! Abaixo os sofismas gramaticais!
Abaixo os rótulos! Ambas estão certas,
E nem o sentido da frase as difere.
Por isso, minha poesia é libertária,
Com o poder que se autoconfere.

Versos livres, formas livres, irregulares,
Versos de forma fixa, cadenciados, metrificados, rimados,
Os dois modelos misturados (ou não),
Assim ela quer ser, liberta, pura, sem brocados.
Entende ela (não eu) que poesia não tem grilhões.
Segue padrões quando quiser,
Deixa de segui-los, se lhe aprouver.

Se preferir, vira um soneto, uma trova ou uma ode,
Obedece padrões de forma, métrica e rima.
Se não quiser – e ela acha que pode,
Inventa palavras, reinventa, muda o sentido,
Desregula estrofes, formas, métricas e rimas.
Ou mistura tudo, refaz o verso quebrado, reinclui as rimas
E se conforma à forma, mas não à forma que confina,
Ora seguindo padrões, ora não seguindo.

Assim é a minha poesia
E assim é a sua escola...
Não sou eu quem a cria,
Não sou eu quem controla.
Ela sim, é quem me guia,
Fazendo de mim o instrumento,
Apenas necessário para dar-lhe vida,
Apenas necessário ao seu nascimento.