Janus

Tu, Janus, que guardas as portas

entra-me sem pedir licença

faz-me janeiro antigo e vindouro

toma-me com tuas pernas tortas

tua devassidão de prelo em ciência

teu falo torto a peso de ouro;

Tu, que veio-me antes dos deuses

depois do ocaso de outros amores

que falou-me segredos e reveses

e deu-me, entre as coxas, mais ardores;

Tu, que viestes com tantas à tuas costas

que te mostras um ateu de muitas fés

sabes que em mim há o que mais gostas

e que, de todas, só eu completo quem tu és.

Angelical
Enviado por Angelical em 15/01/2008
Reeditado em 09/02/2008
Código do texto: T817931
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