APAGAMENTO
Apagamento
Escrever, ler, reler
como seres sôfregos
em busca de um amparo
que não existe em palavras,
apenas em vibrações
ler reler e reescrever
como condenados
ao inferno, caso
nada mude em cada um
de nós.
Ler
reler, apagar, deletar.
Sumir com palavras estéreis,
estereotipadas,
sumir com iludidas palavras.
Em vão este trabalho
de descartar, filosoficamente,
verdades jamais sólidas.
Cai o dia, sobe a noite,
entra a lua e...
entropia.
Me apavoro
sem luz prata sobre o mar
profundo.
Afundo, nem mais
distinguo lágrimas e mar salgado.
Sou silêncio no mundo,
do mar profundo ao eco entre
os Andes.
Tânia B.