Eu e a minha farsa
Não usei a minha face, por vergonha;
Aliás, ela se mantém guardada
Debaixo de mim. Sonhando,
Uma vez por semana, na sua sanha
(de ser algo.
Até parece o fim - do meu mundo
Quando Urizen se levantou;
Matou Caim e Abel. E logo mudou
Um quase absurdo, da gênesis; ele sepultou
Muito além, o bem e o mal e, ao lado,
Da razão, encontrei-me perdido.
Daí por diante, corri no meu encalço
Um dia por semana. Sem descanso...
Numa paranóia que insisti em perseguir
Quem eu sou. Por não ser - segui,
(não alcei.
Se sonho, vivo, quando vivo, sonho;
Sou, assim, filho das quimeras
Que eu mesmo inventei. Não me ponho,
Já não me possuo, eu, apenas, fora
O Monstro que alimentei...