Um Belo Dia
Um belo dia se faz hoje
Um belo dia
Em frente à minha casa
Se monta um belo dia
Com seu manto azul, ensolarado
A sua melodia assobiada
Por pardais e cachorros
Por carros e pelo vento
Um belo dia será hoje
Eu sinto, eu vejo, eu espero
Por este belo dia que vejo
Que pelo vidro rachado da janela
Se viu dividido
Multiplicando a sua áurea mágica
O relógio meu parado
Me fez perceber, me alertou
Que não importam as horas
Quanto tempo se passou
Ou quanto foi perdido
O meu tempo é agora
O tempo do despertar
O tempo percebido
É hoje, é este belo dia
A bela noite que o sucederá
Ou qualquer tempo que ele inspirar
Ou qualquer data que eu necessitar
Ou todo este belo dia, se eu desejar
O tempo, o ceifeiro
O homem, o limitador
O caçador da vida
O aplacador dos prazeres e dos sentidos
Não me fará cegar
Perante este belo dia
O meu dia belo
Até quando, ate onde, para sempre. . .
Eu apenas preciso notar
E ao alargar meus conceitos
E ao me desprender do óbvio
E ao desprezar a sanidade
E me entregar ao que é oculto
Me abraçar à mística do mundo
Ao assobiar para o belo dia
Como os cachorros e pássaros
Ao multiplicar minhas percepções
Como a rachadura do vidro da janela
Ao ignorar o implacável tempo
Como meu relógio parado
Ou a natureza assossegada
Eu poderei ter para sempre
Até quando eu desejar
O meu belo dia