Enternecido Oásis

A calma intensa que afaga o paraíso

Qual na tarde imensa a brisa suave

Fazem da vida o ninho e do ser a ave

Como se nenhum outro bem fora preciso

Cessa a cobiça, no ventre rico dos poentes

Dorme o pranto, o infinito toma a alma

Belo o ar e o sol de viva palma

Natureza, manancial de paraísos contundentes

Goza a ventura presente o peito generoso

Qual do extenso mar o ardor sereno

Que ao sol banha o libertário gozo

E ao luar desnuda o espelho ameno.

Sei as plumas mais suaves da benção

E do amor nu o oásis de sublime rito

Morro e renasço no mistério infinito

Espargindo hinos na pátria do coração

Tal como o belo som da natureza

Que afaga em confissão as praias transparentes

Meu peito é um destino, arca da beleza,

Onde acontecem musas e fatos transcedentes.

Ou sobretudo o devoto seio opulento

Daquela que amo e que nos faz viver,

Calma, benção, mistério, sentimento,

Universo de amor, afirmação do ser.