Sem inspiração.

Há bastante tempo que essa pouco poeta não escreve coisas de amor, acho que a essência da poesia é o amor. Mas como escrever sobre o tal se a vida tão crua e sem manjericão invadiu minha mente.

Que pena que o coração da poeta se endureceu, se rendeu aos artigos científicos e as letras sem alegria, ninguém desperta-lhe ternura, ninguém lhe fala de amor de verdade, o inverno chegou e as contas a pagar tomaram o espaço dos sonhos de amor.

Casa, comida quentinha e um colo acolhedor...sim, como eu queria? Meu desejo sente o cheiro de canjica, bolo de cenoura, das risadas longas e sem compromisso, dos tempos de escola em que pipoca com leite condensado não faltava, tantas locações atrasadas, irresponsabilidade que só, suspiros longos pensando nos grandes olhos azuis da minha adolescência, como era bom não pentear os cabelos e ter o rabo de cavalo para amenizar o penteado!

Eu cresci, e na longa estrada que tenho a percorrer só há que se pensar em uma infinidade de responsabilidades, de metas, ser sempre o melhor, mais bem preparado, competente... e por aí vai! Eu quero parar, em uma casinha pequena nos braços de um amor da vida inteira, ver a chuva. Paz poeta!