Penso, será que penso?

Pensar na vida é algo que não se faz. Como viver se de repente tudo que se vê é perecível e passageiro? Vejo-me em perigo o tempo inteiro, e sempre acho tempo pra sonhar.

Mas sei que o inevitável tempo aflito, louco e indiscutivelmente nocivo, vem como quem tem pressa de passar. E quando a gente pensa que é criança é que a vida nos alcança e nos faz voltar.

Seria injusta a morte ou a vida, se não fossem as feridas que guardamos do passado? Eu acho que no fundo a vida é isso, um relatório do vivido ou o projeto de onde chegar.

Ora, se o passado não existisse como seria o presente sem ter do que se lembrar?

Lembranças são sinais de que o tempo ao passar se faz em vento que passa sem mais voltar, e tudo que um dia foi presente em vez de sonho agora é vida ou somente frustração.

Mas mesmo que o passado seja duro em relação ao amor que ilude traz consigo uma oração: Eu que era feliz e não sabia, e aquela que me deu um dia o coração enganador.

Depois que os anos passam a dor se rompe e parece amor de filme que gera esperança e dor.

Contudo uma coisa eu reflito e nisso eu acho que acerto, me corrija por favor se errado eu estiver. A vida é algo que não se define, a vida somente se vive sem saber o que vai ser. Projetos são importantes para o tempo, mas a vida em si vivemos sem projeto que funcione, se um dia eu conseguisse decifrar o segredo de concretizar não seria eu mais homem.

Alexandre Fernandes
Enviado por Alexandre Fernandes em 30/01/2006
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