Rosto
Eu vi teu rosto...
Em meio ao deserto de minha insanidade.
Divisei teu olhar em meio a areia do caos,
Uma imensidão de pó, que a tudo rodeia...
E vagarosamente tenta me engolir.
Fazendo promessas de descanso.
De refúgio para olhos entorpecidos,
cansados de um vagar sem fim.
Mas eu vi teu rosto.
Quando julgava apenas o nada...
E aguardava sem anseio, o cair da noite e seus demônios.
Ou apenas fora peraltice de minha mente?
Apenas para sorver longos goles de tola esperança,
Assim, zombando de mim.
É de certo que caminho entre a tênue linha do real e imaginário.
E assim, distinguir um do outro parece tarefa difícil.
Mas eu vi teu rosto.
As trevas que vivem em mim se agitam,
Uma fagulha começa a brotar de dentro,
E por isso, a escuridão, temerosa por hora, se excita.
A muito não encontrava algo que a pertubava.
Alegria, medo, felicidade, dor, entusiasmo, euforia, ódio, extase.
A muito banidos, voltam a conviver em meu ser...
E antes que me contenha, sou pura gargalhada.
Uma risada frenetica.
A insanidade me consome, pois...
Eu vi teu rosto... e o Amor... é pura loucura!