Último Suspiro.

Eu não quero nada. Eu já disse pras pessoas que não quero,

mas elas parecem não ter ouvidos para mim. Tantas vezes tentei

me sentir como elas, dentre elas, mas falhei. Não tive escolha.

As vezes penso que não amo ninguém, que não consigo amar.

(Sinto-me divida entre meu orgulho e minha humildade.)

Posso ser apenas mais uma. Posso não fazer a mínima diferença

no mundo. Posso ser, enfim, mais insignificante do que penso ser.

(Posso... ou não.)

Sei que não conseguia parar de pensar em alguém que desapareceu

da minha vida. Me sentia uma tola, fútil e miserável garota apaixonada. Quando todo o encanto desabou e a realidade comigo

Se encontrou, meu mundo desmoronou. Senti uma dor imensa-

não há como transcrevê-la. Não... não foi apenas uma tola paixão.

Deve ter sido o tal do amor -tolo também- que estava me dominando.

Poderia também ter sido mais uma prova de que eu não sou igual

Aquelas pessoas. Provavelmente.

Já não tenho quem precisava. Já não sei mais como fugir da dor.

Eu me pergunto constantemente, o porquê disso tudo.

Não seria mais fácil viver um "e foram felizes para sempre"?

Não... nenhum final é feliz pra sempre. A verdade é essa. Agora,

paro e penso: pra que tentar recomeçar? Se parece que já nem se

lembra da minha existência?

No fim de tudo, percebi que eu é que sou a dissimuladora da história.

Talvez eu nem merecesse. Talvez chorar, tomar um pote de sorvete

de chocolate e assistir a um filme romântico (pra chorar ainda mais

no fim), seja minha melhor saída. Talvez se eu tivesse feito o que deveria ter sido, não estaria me lamentando agora, mas também não teria aprendido nada com tudo isso.

As vezes, tudo não passa de uma brincadeira.

As vezes pode ser meu pior castigo.

Por quê? Por nada...

Talvez nada disso tenha sentido. Talvez nem tenha sido feito pra ter.

Quem sabe?

(suspiro).