PELO FILHO DO MINEIRO

Ainda vencendo a noite

Logo que o galo canta

É onde começa a história

Poema que o mundo nos conta

Rumo ao leito do quarto

Onde repousa a criança

Já se despede em silêncio

E vai tecer sua herança

- Desbravadores!

Já apressado à porta

Lasca, do pão, um pedaço

E quando ainda anoitinha

Vai pegar o sol a laço.

Em deleitosa manhã

Revigora a sua alma

Repousa o corpo em sereno

E segue andando na calma.

- Noutro instante!

Ao passo que se anuvia

Resta a sutil lamparina

A imergir o mineiro

No crepúsculo da mina

O suor corre ao peito

Qual medalha, um signo!

Desse pobre empoeirado

Do ser humano, o mais digno!

Quando oculta o cansaço

Num sorriso divino

Foge puro um olhar

Qual de um grande menino.

Há tesouros que o mundo guarda

Nem todos saem das minas.

Na vida , nem tudo se explica

Noutras, o poeta se arrisca.

Pois, a razão de sofrer é ser vivo.

O motivo dos pais:

É que mundo anseia heróis

Para que entoemo-nos hinos.

lançarott
Enviado por lançarott em 20/08/2008
Reeditado em 28/03/2012
Código do texto: T1136815