AMOR DE VERDADE

Era o verso que contava de um amor tão grande,
que por muito tempo apareceu disperso
em tudo que escrevi... era o amor consagrado!
A frase sempre pronta em minha mente é nobre:
“ Se eu fosse te amar”, cria um estranho impacto;
“se a mim fosse dado criar”... traz uma rima pobre;
“em ti o ser eleito dos meus sonhos” já não sigo a métrica;
“eu começaria o caminho do teu corpo”
(meu caminho por teus olhos belos, negros, fascinantes)
“ e após beijá-los, eu os contemplaria, devagar”...
O pensamento vai adiante e adivinho:
deveria ter escrito esse poema bem antes,
antes de perder a coragem e rasgá-lo em pedacinhos...
Não sei se um dia falarei sobre a forma,
sobre como eu seguiria o caminho do teu corpo.
Amor de verdade e poesia não combinam...