Limites
Estou numa casa em Ilha Grande.
Na beira,bôca do mar;como ele nos tivesse dado a dádiva de
organizar uma estreita faixa de terra com pássaros,flores,e
janelas coloridas.
No meu quarto ouvindo o seu quebrar,sinto que aquela imensa
massa de àgua,parou alí,perto da minha janela,derramando-se
docemente,como se fosse inocente.
Observo seu absurdo contrôle e generosidade,e me sinto pedaço
do mundo,gravitando pequena,com um livro na mão,achando que
sei tudo ou que amigos que dormem ao lado teem o segrêdo.
Estou diante de uma massa escura e calma que poderia esbravejar
e me engolir,mas não o faz;dorme e me embala com seu som de
mantra,repetido e tranquilo.
Acabo,naquele quarto, de descobrir o meu tamanho,que sempre
pensei ser tanto.
Penso em Deus e estou desconfiada,Ele nada me dissera e esperou
tanto tempo para eu descobrir sozinha.QUE CARA!
Naquele noite meu corpo adormece envolto naquela massa escura;
sou tudo e nada.
Pela manhã ela será verde,e eu,não sei se posso mudar tanto,ou,
o pior:não sei se seguro meus limites dentro dos mares que navego.
Mas,e ao menos,naquela noite adormeço,sem mêdo.