Limites

Estou numa casa em Ilha Grande.

Na beira,bôca do mar;como ele nos tivesse dado a dádiva de

organizar uma estreita faixa de terra com pássaros,flores,e

janelas coloridas.

No meu quarto ouvindo o seu quebrar,sinto que aquela imensa

massa de àgua,parou alí,perto da minha janela,derramando-se

docemente,como se fosse inocente.

Observo seu absurdo contrôle e generosidade,e me sinto pedaço

do mundo,gravitando pequena,com um livro na mão,achando que

sei tudo ou que amigos que dormem ao lado teem o segrêdo.

Estou diante de uma massa escura e calma que poderia esbravejar

e me engolir,mas não o faz;dorme e me embala com seu som de

mantra,repetido e tranquilo.

Acabo,naquele quarto, de descobrir o meu tamanho,que sempre

pensei ser tanto.

Penso em Deus e estou desconfiada,Ele nada me dissera e esperou

tanto tempo para eu descobrir sozinha.QUE CARA!

Naquele noite meu corpo adormece envolto naquela massa escura;

sou tudo e nada.

Pela manhã ela será verde,e eu,não sei se posso mudar tanto,ou,

o pior:não sei se seguro meus limites dentro dos mares que navego.

Mas,e ao menos,naquela noite adormeço,sem mêdo.

Sonia Aimée Laupman
Enviado por Sonia Aimée Laupman em 10/11/2008
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