Um grito de socorro

Quanto mais forte me percebo, mais desejo a fraqueza...

Quando mais poder sou capaz de exercer, menos gostaria de ter.

Quanto mais alto consigo chegar, menores gostaria que fossem minhas asas.

Eu quero ser frágil como a ave que acaba de nascer...

Quero ser protegida por alguém capaz de enxergar através de meus olhos a fragilidade da minha alma, encoberta por uma fortaleza estrategicamente edificada por mim.

Hoje, ironicamente, do alto do meu monte, vejo tudo, vejo todos, e estou sozinha.

O sucesso é meu companheiro e nada tenho.

Meu coração grita de desespero e dor, na ânsia de ser ouvido por mim... até quando?

Quais caminhos tenho percorrido erroneamente em busca de algo que nem sei se encontrarei?

Minha mente fervilha de pensamentos, e não sei de onde vêm tantas vozes desencontradas

As lágrimas relutam em banhar minha face... não posso me abrir... não posso liberar essa dor... talvez eu não consiga retornar.

Talvez eu vá tão fundo que não consiga emergir novamente.

Eu já conheci o alto e tenho medo do que há abaixo dos meus vaidosos pés.

Onde estão todos, onde os deixei durante o caminho?

Por que os deixei?

A solidão é minha maior companheira. Ela me afasta das pessoas, para que sozinha eu seja única.

Só assim sou eu mesma, só assim posso ser plenamente eu, inteira, indivisa, perfeita em minha existência medíocre.

Eu não quero a solidão, eu não quero ser eu mesma!!!

Eu quero ser mais.

Eu quero ser menos, para coexistir com os seres.

Minha vontade impera e sou essa que nada tem quando mais precisa.

Louros e fama não são para mim.

O luxo, tampouco.

Riqueza não me seduz.

Eu quero um amor

Amor esse que julguei encontrar em tantos rostos, em tantas palavras, em tantas mentiras, em tantas ilusões.

Eu quero um amor que talvez eu nunca enconte, porque o que eu amo é o amor que há em mim. É minha capacidade de amar, de me entregar.

Eu amo aquele capaz de despertar em mim a doce e violenta amante que se esconde por trás dessa máscara.

Pura vaidade.

Eu amo o meu modo de amar.

Eu desejo me libertar de mim, me libertar desses sonhos, desse desejo, dessa ambição do amor a meu modo.

Eu quero um amor medíocre. Desses que se completam a si, sem precisar de intelectualidade, beleza, o melhor sexo. Desses que brigam e se amam ao mesmo tempo. Desses que não possuem expectativas, pois o que têm nas mãos é o que basta.

Eu quero um amor medíocre, assim como eu tenho sido, buscando um príncipe como se eu fosse uma princesa...