Na brumas do tempo...

Por vezes em longas noites,

Dar-se a imagem dos teus olhos,

Olhos que louco jamais vi.

Pós o teu corpo em passos finos,

Que nascem por entre a porta,

Silenciosamente entreaberta,

Fitas os teus grandes olhos, negros,

Põe-me entre teu flanco e teu seio,

E faz a vida ventura outrora ensejo.

Nada falas, apenas vela meu então descanso,

E não me pedes para que adormeça,

tão pouco que me aperceba.

Queres aquilo que sou, sem que tenhas,

Te levantas num sorriso brando,

E vejo fechando-se a porta...

Interrompe-me apenas o barulho junto a janela,

É o vento que sorrateiro rouba-me o sono,

Despertando-me entre o dia e a noite.

A cozinha limpa e quieta, apenas testifica

Minha então verdade enseada,

Tenho somente o cheiro do teu riso,

Impregnado entre o o lençol e o desejo,

por sobre as brumas do meu desgosto,

Foste tu mulher, esposa minha...

Que jamais veio, que jamais tive,

Mas amo, amo loucamente a cada dia sem ter...

Junior Antonio
Enviado por Junior Antonio em 23/11/2008
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