A ESTAÇÃO DO AMOR
 
 
Senhora minha e muito amada,
 
 
Ó linda e graciosa mulher, as chuvas estiaram, por isso, hoje eu te convido para descermos às pradarias, a fim de colhermos as flores que ainda desabrocham numa despedida da primavera.
Vem, toma a minha mão na tua. Vamos encher os nossos olhos de lembranças, antes que chegue a próxima estação, o tão esperado e sadio verão.
Nas montanhas e nas florestas adjacentes ao nosso caminho, os pássaros gorjeiam festivos numa reverência bucólica a nossa passagem.
Vem ó amada, e veja como os pássaros bicam as frutas saciando a fome, eles não plantam e nem semeiam, mas somente colhem aquilo que o inominável Deus criou com a sua inquestionável sabedoria.
 
Veja ó minha amada, como as flores se inclinam para ti, numa reverência de flor a mais bela flor que passa.
 
Deixa ó amada, eu apanhar uma dessas flores para adornar os teus lindos cabelos de ébano, e assim, tu serás entronizada como uma deusa no sagrado templo desta natureza.
 
O verão está chegando ó amada! Vem, vamos expor os nossos corpos ao sol, ocasião em que tu deixarás esculpido na areia em baixo relevo, a pulcritude santa do teu corpo.
 
Ó companheira eleita da minha vida! Vem, vamos amontoar os sonhos comungados, assim como a vida tem amontoado esse amor em nossas almas.
 
Vem ó amada, aproxima-te de mim e me oferece os teus lindos lábios e, na presença da infinitude do mar, falaremos a quatro lábios a linguagem universal do amor.
 
Vamos ó amada, de mãos dadas, passear e nos perder nos confins desta praia, a fim de que as ondas em brancas espumas possam beijar submissas, os teus lindos pés.
Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 28/11/2008
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