A gente tem um gosto especial por determinadas coisas e sempre me pergunto por quê gosto tanto de coretos, caminhos, pontes, bancos, árvores, portas, janelas, e casas? 
E parece que descobri: as pessoas gostam de conversar comigo e também gosto muito de conversar. Os caminhos levam a algum lugar; dos coretos voam notas musicais chamando pessoas a se aproximarem, encontrarem-se, abraçarem-se; as pontes dissolvem ressentimentos, unem corações e vidas.
Tem coisa melhor do que descansar da caminhada sentada sob a copa de uma árvore, conversando com a Natureza? Os bancos, esses falam por si só; portas, janelas e casas formam o conjunto que significa família.
E, em tudo que citei, tem que ter conversa, das boas, né não?
 
E agora, vou poesiar sobre bancos. Poema retirado do livro ÁGUA, TERRA, FOGO E AR - Poesia e prosa
 
BANCO AMOR-TUDO
  
Bancos são iguais
Da praça, no jardim ou estação
Não importa cor, nem materiais
Todos os bancos são iguais
 
 
Simples, rústicos, rebuscados
De varandas, na escola
Com dois lugares, ou mais
Todos os bancos são iguais
 
 
Sob toldos, árvores, ao sol
Em trens, roda-gigante, no parque
Teleféricos, zoo, diferentes locais
Todos os bancos são iguais
 
 
São iguais até nas visitas...
o primeiro beijo, a primeira lágrima
o adeus, a decisão tomada
ele até acaba tendo uma namorada...
 
e, para recordar, com melodia:
 
"Sentei naquele banco
Da pracinha só porque
Foi lá que começou
O nosso amor...

A mesma praça, o mesmo banco
As mesmas flores, o mesmo jardim..."
 
(Ronnie Von)