Indiferentes
Respeito os indiferentes
Com suas lábias ardentes
Que propagam aos ventos – frios ou quentes
Que com nada se importam, que a nada se prendem
(como o fazem? Como não se rendem?)
Resposta oca, esse imenso nada.
Quisera eu tornar-me desapaixonada.
Unicamente, retenho-me aos inversos...
Que não vêem milagres em flores
Que não crêem em amores
E flertam, impetuosos, com a ilusão
Despreocupados feito meretrizes, cismo,
Desempenham seus ofícios com resolução
E, feitos de aço, gelo e cinismo,
Estancam as cicatrizes
Outrora em convulsão.
Possuem qualquer coisa de sultão
Naqueles navegares sublimes
Que dizem não passar de filmes
Preto e branco na constelação.