Indiferentes

Respeito os indiferentes

Com suas lábias ardentes

Que propagam aos ventos – frios ou quentes

Que com nada se importam, que a nada se prendem

(como o fazem? Como não se rendem?)

Resposta oca, esse imenso nada.

Quisera eu tornar-me desapaixonada.

Unicamente, retenho-me aos inversos...

Que não vêem milagres em flores

Que não crêem em amores

E flertam, impetuosos, com a ilusão

Despreocupados feito meretrizes, cismo,

Desempenham seus ofícios com resolução

E, feitos de aço, gelo e cinismo,

Estancam as cicatrizes

Outrora em convulsão.

Possuem qualquer coisa de sultão

Naqueles navegares sublimes

Que dizem não passar de filmes

Preto e branco na constelação.

Scarllet Souza
Enviado por Scarllet Souza em 19/04/2006
Código do texto: T141712