Paixão insensata

Prólogo:

Seres apaixonados sabem a metamorfose química que vivenciam corpos alquebrados pela paixão insensata.

Ao assumirem as mentes a força avassaladora dos sentimentos adormecidos, tal qual procela assombrosa, com total descontrole de ações imprevisíveis e quase sempre impensadas; obliteram-se os canais de comunicação, por razão singular dos intricados segredos mantidos na cumplicidade necessária dos que se propõem despertar para a vida.

O amor em sua fúria dionisíaca torna-se insensato quando no devassar do recôndito da alma para descobrir segredos inconfessáveis, vilipendia a razão lógica racional, despertando sentimentos desconhecidos, fazendo, pela insensatez prazerosa, escravos de anseios insanos e profanos; quebrando preconceitos infundados que o senso dos espíritos envolvidos não querem aceitar.

Buscam-se respostas para o inexplicável e no sorriso fácil que acentua o brilho dos olhos, tais quais chispas flamejantes, observam-se fulgores translúcidos, como o reflexo da alma que asperge suave perfume, em demonstração sublime de um fenômeno atávico, o qual é percebido apenas pelos que se querem bem e partilham uma paixão insensata, emergente do âmago do que não se vê, no misto da essência de citronela e ruídos fragorosos imaginados, contrários ao mutismo ou sussurro mais revelador do que mil palavras.