Querido desconhecido.

Ouvi uma prosa repleta de poesia.
E fiquei pensando nas pessoas conhecidas que não conheço, que vejo nas ruas, nas lojas, nos grandes supermercados, as que  juntas, nos esbarrando, admiram as vitrines das lojas e as que, vejo na praia.

Lembrei-me de uma criança, da janelinha do carro (mesmo fechada) acenou-me dando um tchau. As crianças e eu, nos atraímos, penso que, inocentes que são, pressentem as cousas espirituais e sentem os sentimentos, da maneira que nós adultos e não muito inocentes, nos desapercebemos. O carro sumiu do alcance das vistas, nunca mais a vi, mas nunca esqueci, lembrar-me do seu rostinho não consigo, mas sua mãozinha acenando e dizendo adeus disso não esqueço. É com esta lembrança e por sua conta exclusiva, quando olho da janela do carro, exploro o rosto visível do vizinho, se esta usando óculos, o penteado ou o descabelo esvoaçado ao vento, e sei que “talvez” nunca mais o verei.
Somos na maior parte do “tempo” pessoa desconhecida, nos vêem, nos lêem, mas não conhece o brilho do nosso olhar, o som da nossa voz, o calor das nossas mãos.
Na prosa que li e ouvi, o poeta escreve. “Pessoas solitárias” precisam caminhar.
É verdade, caminhando e “pensando, sonhando” o poeta nunca estará sozinho.
Estaremos por algum tempo com eles. Os nossos queridos, sempre perto, desconhecidos.

Não sei se escrevi poeticamente, eu aceito crítica sendo construtiva.
Na verdade eu quero “aprender poetar”.
 


 
 
 
 
 
 
 


Minha imagem. Av. Paulista. SP.