Nem sei
 
Não sei se te esqueço, nem se ti mereço
Mas sei que a vida é cheia de espinhos.
As rosas da vida que a vida embeleza
Às vezes nem desabrocham por sentirem-se tristes,
Assim como eu, que vive e nem sabe
Por que não morreu.
 
Não sei se te esqueço, nem se te mereço
Mas que de alguns sonhos, não nos resta nada,
Só recordações, vagueiam sozinhas,
Sem que nunca chegue a lugar algum,
Perdem-se na estrada
Em meio à poeira dos caminhos
Por onde andou quase sem destino.
 
Se às vezes nos sonhos dos meus muitos sonhos
Não ouso sorrir é porque desperta,
Lembro-me do sonho, do não existir.
Assim sinto medo do pouco
Que ainda me restar de ti.
Mesmo assim te quero, ainda que seja
Apenas mais um dos meus muitos sonhos.

Brasília, DF
Registrado na Biblioteca Nacional