Acabou (III)

E de que adianta alimentar o corpo

Num prazer que ultrapassa fronteiras

Num clímax arrebatador que não some

Quando meu espírito fica torto

Caindo em angústias derradeiras

Carente, tão carente, que morre de fome?

E resta, naquela fresta, como em aresta,

Soluçando, solitário, o seu nome.

Mal pronunciado pela minha boca

Que já rouca

Perde-se em recordações da sua.

Seus olhos se alternam em dor e escuridão

A mente só pensando: “se ao menos...”

Nada além das luas corriqueiras, dos sóis amenos.

E esse vazio, gelado, obscuro, horrendo.

Diz-me: Qual a sensação?

Scarllet Souza
Enviado por Scarllet Souza em 24/04/2006
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