A brisa do novo ar

Sonhei hoje minha vida inteira.

Os pedaços diminutos – que nela consta –

Nasceram como que denovo.

E um novo olhar espalhou-se pelo horizonte,

Como um cair da lua, em pleno dia.

Vi-me menino e velho;

Vi-me velho menino.

Vi confrontos interestelares

E vi que meus olhos – pedaço diminuto –

Não vêem é nada.

Porque detrás de tudo

Há algo a explorar,

Que eu desconheço.

Um apreço nobre, pela existência que vem e vai.

E, no fim, é marca.

Marcado por lembranças

E viagens (essas que nunca fiz).

E como irei entender?

Que de um pêndulo decadente

Fique memórias ardentes,

Já que sinto - agora - meu corpo pegar fogo

Com uma vivacidade polissêmica e iminente

Que nem o transladar dos desejos irá mudar.

Agora vejo;

Agora sinto, em meus olhos,

A brisa do novo ar.