O Lado Azul do Tijolo
 
 
Ah! O frio acoberta-me suavemente.
Longe de teu corpo aquecido,
Sou sul na espera das gaivotas
Sonhos sem rotas,
Tijolos feitos de argila azul.
 
Hoje, escutei coisas
Escritas pelo vento que passou,
Ouvi o grito das cachoeiras
Correndo por entre as pedras
Do homem que restou de mim.
 
Esta noite, desejo que não tenha fim,
Que qualquer esperança se derrame
Em minhas mãos frias,
Mãos de cego pedreiro
Erguendo muro de tijolos azuis.
 
Distante, tão distante, na curva do rio
Sonho com elefante cansado dos anos
À sombra dos bambuzais,
Ao seu lado, nas sendas dos mananciais,
O deserto em minhas solitárias mãos.
 
Um homem quando ama,
É uma Cordilheira diante do sol.
Um iceberg em mares do sul.
Hoje, olhando fragmentos,
No meu leito de sentimentos...
Só me restam lágrimas e palavras,
Nem mais um som...
Dentro desta cela de tijolos azuis.



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Ronaldo Honorio
Enviado por Ronaldo Honorio em 15/03/2009
Reeditado em 23/11/2018
Código do texto: T1487551
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