Piracuruca que saudades me dá

Estou com Saudades das suas praças, dos seus casarões e do rio. Saudades do vento que nas noites uiva baixinho nas quebradas, tazendo o lamento longíquo de um grande Amor.

Ainda me lembro das sua ruas estreitas, da mangueira, do botequim. As serestas alvissareiras, o beijo roubado, o ponche e o licor. Noites de Piracuruca, perfumes de jasmim, sabor de fruta. Calor do corpo da mocinha com seus ombros morenos desnudos, seus seios cadenciados pelo bater do coração. Saudades da canção, saudades da serra e até da assombração das noites negras sem luar. Lembranças reacendidas da estrada vicinal, da avencas nos barrancos, do cambará e do oiti. Farfalham na minha lembrança os galhos dos alfeneiros, ouço o canto de sabias.

Estou com aquela pontada dolorida de saudades no meu peito. Saudades de suas manhãs com a branca bruma e do orvalho no roseiral. Saudades da quermesse, do leilão, do bando precatório e da procissão. Saudades de Piracuruca para onde um dia irei voltar.

Guilhermino
Enviado por Guilhermino em 21/03/2009
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