UM OLHAR DISTANTE...

À beira da calçada, de calças curtas,

chinelos desgastados, um olhar distante...

O menino franzino contemplava o nada,

absorto pelas emoções do pensar.

Aquele olhar distante,

parecia traduzir algo que procurava, ao ermo,

sem poder encontrar.

O olhar introspectivo sintetizava

a dureza,no coração, guardada.

Assim vi aquele ser: no silêncio, de sua reflexão,

despido de toda sorte de proteção!

Eu me perguntava: quem sou,

frente à tamanha dor?

Dor estampada naquele par de olhos azuis,

emoldurado por uma face

morena e bela,

e tão desprezado da sociedade!

Tunin.

Ilhéus/março/2009.

Tunin
Enviado por Tunin em 30/03/2009
Reeditado em 30/03/2009
Código do texto: T1513324