Mãos

Mãos

Mãos que se flexionam e se articulam num linguajar não verbal, mãos que completam a fala ou mesmo substituem-na.

Mãos que se oferecem para o aperto de um amigo, mãos que se estendem e sinaliza perigo.

Mãos que preconizam a saudade num momento de adeus, mãos que se unem para rezar ou implorar para algum Deus.

Mãos que se afagam e acariciam confortando, mãos que esfregam e insinuam provocando.

Mãos que defendem o corpo de alguma agressão, mãos que se lançam ao céus rogando alguma maldição.

Mãos que batem e agridem num momento de provocação, mãos que apertam o travesseiro nas madrugadas de solidão.

Mãos macias, mãos vadias, mãos enrugadas, mãos marcadas, mãos desenhadas, mãos quebradas.

As minhas mãos realizam meus desejos no seu corpo perfeito, percorrem-no por toda seu perímetro, de todas as formas e jeitos, conhecem toda sua extensão e representam plenamente nossa paixão.

As minhas mãos encaixam-se perfeitamente nas suas curvas, vales e

depressões, invadem, dominam , concretizam ilusões.

Mãos que gerenciam os dedos, expulsam os medos, escancaram as portas do prazer, colocam em prática os silêncios que a língua não consegue dizer.

Mãos que antecipam a invasão, que provocam a irrigação, mãos que bailam no ritmo das pernas nas noites eternas.

Mãos que querem se atar as suas e nunca mais soltar, mãos feitas para te segurar, te enlouquecer e sempre, sempre,sempre te amar.

Leonardo Andrade