SE EU PUDESSE OLHAR NOS TEUS OLHOS!
 
Seres encantados:
 
                                       Por que será, pois disso eu tenho a certeza de que, quando os meus olhos se envolverem com os teus, eles não se envolverão com mais nada?
Por isso, eu desejo que quando tiveres alguma coisa para me dizer, por favor, diga-me olhando nos meus olhos.
Eu que gostaria que os meus olhos fossem duros e frios, para que no momento em que, no futuro, tu estiveres me olhando, eu poderei ferir profundamente os teus olhos com os meus olhos cândidos e bons.
Mas, para o meu indizível e futuro encanto, eles apenas te olharão e ficarão hipnotizados de amor por ti. A certeza disso, é que me fará aos poucos chegar mais perto de ti.
Por certo que, quando eu estiver te olhando fixo e ensimesmado, nos meus costumeiros e fugidios devaneios, por favor, minha querida, eu espero que não te espantes, pois estará nascendo um poema para ti.
Pois para mim, tu serás essa poesia nascitura em movimento, graciosa e mágica, pois com esse ritmo delicado de mulher amada e artista, eu procurarei humildemente traduzir em meus pobres versos.
Esse será o meu prazeroso afã, deslumbrado, registrar cada gesto, cada sorriso, cada olhar teu e ver abismado o teu jeito feminino, rápido e sedutor, quando pretensiosamente, com esses trejeitos procurarás prender os meus aflitos olhares.
Ah, se pudéssemos nos envolver com os nossos olhares, por certo que, saberíamos o que os nossos olhos têm para nos dizer.
Eu sinto que os teus olhos, um dia, doces e calmos, me falarão de carinhos, de saudades, de beijos e de amor.
Nada me afastará do foco atraente dos teus olhos, pois eles me dirão paz, amor, carinho e aconchego. Quando isso acontecer, eu descansarei para sempre sob as sombras das tuas eternas sobrancelhas.
Eu desejo que tu descanses os teus olhos no poço profundo e negro dos meus olhos, assim encontrarás a mansidão nesse poço silvestre de amor.
Iremos sim, minha querida, suave e devagar, beber o crepúsculo maduro de nossas vidas, entretanto, sem nunca perder os nossos cúmplices olhares.
Haveremos sim, de forma artística e poética, resumir numa apoteose de amor, os sonhos que estão se atracando em nós.
De mãos dadas e unidas nós veremos a todos os crepúsculos, acendendo as estrelas das nossas noites intermináveis de benquerer, e eu mansamente te incendiando de amor com os meus mansos carinhos.
Agradeça aos passarinhos do teu site, pois foram eles que me inspiraram a escrever esses pobres e maus chamados versos.
 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 01/04/2009
Código do texto: T1517737