Promessa de puro prazer.

Quero sentir a tua língua molhando o meu palavrear rebuscado, me desfazendo em alfabeto, com suas vogais de paladar obsceno.

Pegar seu corpo fresco, sabor hortelã-pimenta e cheio de termos técnicos para detalhar a anatomia do teu peito aberto.

Ser feliz de pleno gozo ao ouvir seu arfar pelo som de minha voz de palavras chulas, que te faz esquecer que já passa de meia-noite.

Assim, tão fácil quanto me deixar levar pela lógica inexplicável da química do nosso amor, sentido como a virada do equinócio.

Quero mesmo é mostrar pra tua inexperiência qual é meu bê-a-bá e te fazer verão no corpo, ler tua pele, descrever teu movimento, ditar sua posição, e narrar sua cadencia com minhas mãos.

Seu perfume me pegou de jeito. Me obriga a cheirar seu pescoço e observar as reações, as ligações dos nossos átomos se desprendendo quando esquento teu arrepio com o calor do meu suor, escorrendo, e fervendo como lava.

Vou abrir teus olhos pra enxergar seu eu melhor, e te mostrar que sei cada nota sua decor e sem decoro. Porque esta noite eu sou seu, e seu corpo é meu, e de mais ninguém. Como o prometido. E até que a noite termine.