Havia sempre um jardim entre nós...

Havia sempre um jardim entre nós...

Agora sim começava a chover forte e havia uma goteira,

bem sobre a minha cabeça, e que insistia gota a gota,

ir molhando, e logo escorrer por meu pescoço desnudo.

Realmente a situação era de incômodo total e só uma panela

para resolver um simples gotejar que já ia empapando a roupa,

e trazendo uma vontade definitiva de trocar a bendita telha.

E bem no meio disso, toca a campainha para completar tudo!!!

Hum...quem seria a essa hora da noite...? Um assaltante ?

No portão pergunto alto...Quem é? E então era ela, o meu amor.

Corremos para a varanda...os dois já molhados inteirinhos,

porque a chuva não dava tréguas e muitos raios faiscavam,

num ruidoso matraquear de trovões típicos desta estação,

deste verão quente e abrasador que nem ventilador dava conta.

Ela então me olhou...e me abraçou molhada do jeito que estava,

e como eu havia tirado a camisa, sentia seu corpo quente no meu,

e essa sensação era muito boa porque tudo parecia natural,

ela,eu, trovões, riscado de raios, ruído forte da chuva e barulho.

Nos olhamos e nem foi preciso dizer mais nada...era noite quente.

De repente ela se afastou e disse: amor fica aí que eu vou fazer

igual aquela foto que te mandei, onde estou de braços abertos.

Você lembra qual ? Aquela que tirei em Portugal no entardecer.

Claro que me lembro...pois você estava linda naquela tarde.

Ai que bom que você se lembra...os homens são tão esquecidos !!!

Então vem amor...olha..estou de braços abertos para você...vem.

Então me lancei dentro daqueles braços ardentes e senti seu corpo

fremindo...numa emoção incontrolada de um abraço apertadinho.

Aiii amor...finalmente estamos juntinhos e só nós dois aqui....

Seu corpo roliço eu sentia bem dentro do meu....esquentando...

E pela primeira vez em meses, ela sussurrou baixo para mim :

ai...Acho que te amo amor...hum...você é tão gostosinho....aiii.

Ah!!! Não me diga !!! Você acha que me ama e não tem certeza?

Uiiii.... amor...você tem que ter paciência...muita paciência viu ?

Você sabe como eu sou ciumenta não sabe ?Acho que já sabe, né?

Fico com ciúmes de te ver na internet...nesse teu jardim de flores.

Você não percebe que eu gostaria de ser a única...apenas eu e eu ?

Aii... amor ... você tem toda a razão, mas você me conheceu assim...

E nunca te menti e nem te enganei dizendo que você era a única.

Sempre fui sincero...sempre...vejo que não quer ser a borboleta

que busca as flores...pois você quer ser flor...e receber as atenções.

Sabe de uma coisa querida...eu não estou aqui como prova de amor?

Não vê que saí no meio da chuva para ir te abrir o portão de ferro?

Você agora é meu jardim completo, e este momento é só nosso...

Ela então estendeu sua ágil mão e me puxou de novo em seu corpo

Depois puxou meu cabelo....Depois puxou as minhas orelhas....

Depois me puxou para o quarto ...Depois me puxou e jogou na cama...

Ela era assim: uma mulher especial, meio pezinho atrás...

que achava que me amava...

Hum... e eu era assim: um homem que a amava...

mas em quem ela não acreditava...

porque havia sempre um jardim entre nós.

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Prosa poética elaborada por Cássio Seagull em 12-04-09 às 20h – SP.

Lua cheia - sol fraco e muitas nuvens – 24 graus.

Beijos e abraços para você... Boa semana....

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