ESCAPE VALVULAR

Que dantes só mesmo a fórmula egométrica de se tocar

No perpétuo assunto do meu mundo

Pedantes os sempre evasivos locupletamentos do devaneio

Auricular profundo

Desatalho, pois, esta confusão difusa pelo escape valvular

E a preordeno todo dia antes que me domine

Sobremaneira nos fundamentos

O quê concentrará os indicadores do possível?

No intuito de entender o vácuo malentendido

Devo saber o quê ou não se sente ou não se diz

Dá-se muito quando verbos na mente

Numa desavença arrasadora se contrapõem

Em conclusões levantadas antes e depois

Antes de mais nada e depois inconseqüentes

Ah! Se pudéssemos ler pensamentos

Ouvir no adentro a fala alheia desejada

E não jogar mais nenhuma conversa fora

Veja, se o interior residente teu quisesse

Supondo merecer ao mesmo tempo

Em que afastasse e pensasse não dever-ser

No poder-ser do querer, e vê só se pode

Tu serias como eu, que conjectura per te

E nunca se dá por vencido, insistindo na dialética?

É a não compreensão do nada que emerge do nada

Nadando sofregamente atrás do tudo

E morrendo na praia da agonia demasiada

Dentre os escombros cansados do reutilizamento

Entendes por que dantes e outrora mente

Os sempre evasivos pedantes locupletamentos

Insistem em escapar pelo auricular profundo?

Pois é este o perpétuo assunto do meu mundo

Kadja Ravena
Enviado por Kadja Ravena em 22/04/2009
Reeditado em 28/12/2010
Código do texto: T1554351
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.