Lições, pseudo-escolhas e aprendizados fugazes.

Lições, pseudo-escolhas e aprendizados fugazes.

O amor não é uma escolha, é a convergência de todos os caminhos, ignorá-lo é não se mover e perecer estático.

O amor não é uma busca e não está sujeito à procura, ele é que nos

encontra onde e como quer ignorando planos, projetos ou previsões.

O amor não se sujeita a convenções e leis, vive sob suas próprias regras,interpretando-as e modificando-as ao sabor das marés, luas ou mesmo a seu bel-prazer.

O amor não é uma brisa sutil, é uma tempestade devastadora, não deixa breves marcas e sim cicatrizes irremovíveis.

O amor não é uma meta a ser alcançada nem uma missão a ser cumprido, ele está presente nitidamente ou não a cada átimo de nossa existência, pode ser resgatado numa lágrima de dor ou de chuva, num sorriso de prazer ou esperança, numa semente que opta por germinar ou alimentar ou mesmo em quem escolhe se alimentar da semente ou esperar pelo fruto.

O amor está nos encaixes, nas sinapses, nos laços,nas esquinas, nas

retinas, nos passos singelos do habitual caminhar ou estilizados da doce bailarina.

O amor nunca causa dor embora possa ser o espinho da perfeita flor,

doloroso é não saber vivenciá-lo, não aceitá-lo diante de não entendê-lo ou mesmo não respeitar a liberdade que ele precisa para galgar espaços e ser pleno como um pássaro que nasce com asas e precisa utilizá-las, jamais limitar-se em qualquer cativeiro.

O amor é prefácio nos sonhos e clímax na estrada, é preciso coragem para vivê-lo, sabedoria para singrar as noites de solidão e abandono, onde ele dorme e se refaz, egoisticamente ignorando o que já cativou,

concedendo-nos a benesse de saber costurar os momentos mágicos e nos acalentar com a colcha de retalhos de felicidade que já nos foi

presenteada. É a suprema lição das antíteses, a dádiva do conhecimento pleno, a mesma chuva que semeia, inunda e destrói, só valoriza o paraíso quem já se hospedou no inverno, só tem direito à vida do verão quem quase congelou no inverno.

O amor está em cada molécula e até no vazio entre elas, nas lacunas e em todas as palavras, nas entrelinhas e no grifado, no silêncio e no grito,no sonho e na realidade. Ele está aqui, aí e em todos os lugares, mesmo que em alguns tenha outras denominações, mas até o desamor é amor distorcido e incompreendido.

O desafio é cativá-lo, apenas e tão somente tudo isso.

Leonardo Andrade