Não tentes

Não Tentes

Cleide Canton

Não me olhes desse jeito

nem ouses cantar ao meu ouvido

com essa voz que já me fez tremer

um dia...

Não tentes prender-me em laços

pois saio facilmente desses embaraços..

Nem penses em tocar-me

com essa mão feiticeira

que já me fez prisioneira

dos teus carinhos, do teu amor.

Bem melhor que permaneças aí

com as luzes do teu cantar,

e eu aqui,

buscando não ofuscar.

Nem queiras chegar mais perto

para que eu tenha tempo

de expulsar esta vontade louca

de dar mil beijos na tua boca,

apelar para o meu eu sensual.

e te fazer cativo como eu,

exatamente igual.

Nem te aproximes...

Nem mereces saber

que hoje posso ser

aquela fêmea fatal,

não mais o teu bem, só teu mal.

Aguarde.

Talvez ainda sobre do meu tempo

uma horinha qualquer

em que eu queira, ardilosamente,

mostrar-te que posso ser serpente,

monopolizar a tua mente,

entorpecer teus sentidos

e, finalmente, ensinar-te

que não se brinca com sentimento,

que não se leva a sofrimento,

que não se trata como qualquer

o coração de uma mulher.

SP, 12/05/2006

18:00 horas

Cleide Canton
Enviado por Cleide Canton em 20/05/2006
Código do texto: T159430