Anjodecristal

O perigo de se estar bem próximo ao penhasco, é que muitas vezes a terra está se desprendendo e não tomamos conta disso. Um passo em falso e caímos no vazio sem volta. E, acredite ou não, nem sempre o chão é o limite. O encanto da paisagem, do vento e da sensação de liberdade não costuma valer tanto empenho e coragem. Vislumbrar a imensidão do alto, não se ater a pastagens apenas, pode se transformar num elo disforme para o arrependimento. Há quem se desfaça de toda roupagem segura de alma e parta feliz e soberbo nesta direção. Há os que caminham lento, provendo verdadeiros freios hora e meia. Há os que colocam um pé de cada vez e retrocedem os dois juntos. Mas há também aqueles que,além de se colocarem à frente dos outros,estendem as mãos para trás buscando as de outrem e os impulsionam velozmente. Muitos acreditam que podem voar, as asas lhe são natas e ocultas,esperando o grato momento de se abrirem e assim, alçarem voos mais tranquilos e encantadores!

E eu?

Onde me permito estar entre todos estes? Onde me guardam asas, instantes de permissão e sagacidade?

Busco minha rota, talvez o meu penhasco não esteja onde o deixei ou, provavelmente já o tenha esquecido. Caminhos que levam diferem dos que nos trazem de volta e a terra pode ter ficado estável demais pra me fazer escorregar e cair. Ou então, alguém está me estendendo as mãos, tentando me alcançar e dar impulso,mas estou distraída demais pra perceber!!!

Mas tenho asas...sempre as tive. Embora na maioria das vezes me esqueça disso!

Beijos alados!

Anjodecristal.

Cristiane Maria
Enviado por Cristiane Maria em 14/05/2009
Reeditado em 22/05/2009
Código do texto: T1594698
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