debate entre a namorada/namorado

Disse que me contaria o porque.

Dizer nunca foi o mesmo que prometer.

Alardeie isso aos ventos, eu só quero entender.

Pra que entenda, terá que crescer.

Ah, essa é ótima, dados seus enigmas.

Antes eles que seus estigmas.

Sou neve e espuma.

Eu aplaudiria a metáfora, mas prefiro a bruma.

Bruma?

Bruma a espuma.

O que?

É verdade. Prefiro. Bruma você não vê.

E a vantagem disso tudo? Perdeu-se no ar?

A vantagem é que você não pode reclamar.

Você tem um gênio irascível

Antes isso que seu ego invencível.

É isso, chega. Meu CD do Caetano, por favor.

Ah, sim. Leve-o e me deixe agonizante de dor.

Captei a ironia.

Que ironia?

Certo. Uma pergunta. Quando posso pegar meus bens?

Você sempre decidiu seus bens, reféns, améns.

Como queira. Noite ou dia?

Meio.

O que?

Meia-noite. Meio-dia.

Isso explica porque deixa tudo pela metade.

Quisera compreender sua irritante alegria.

Certo, sempre achei que fosse pecado sorrir. Vou-me.

Antes cedo que tarde.

Procure não fazer alarde.

Captei a ironia.

Ironia? Não. É palavra de luxo.

Deixa disso, é citação da Adélia Prado.

Esqueci-me. Seu amor platônico e louco.

Ela não grita quando quebro um prato.

Ela também não grita por pouco.

...

...

...

...

(meu Deus... Agora entendi o que ela quis dizer )

Scarllet Souza
Enviado por Scarllet Souza em 21/05/2006
Código do texto: T160365