Mais um esporádico

Eu poderia dizer que odeio o Sol.

Os raios que teimam em entrar em meu quarto todas as manhãs, me fazendo acordar. Contra a minha vontade.

Tentava, mas não conseguia escondê-lo.

Sorrateiro, Ele consegue adentrar por pequenos espaços da minha janela. Me decepcionava com mais uma tentativa frustrada dentro do meu frio esconderijo.

As manhãs chuvosas, embora agradáveis, não me eram tão felizes. As gotas de chuva que caiam do telhado se comparavam à tristeza que queria entrar no meu coração.

Mas não conseguiu. O Sol apareceu depois de tudo. E ainda aparece.

Percebi que o calor que surge através dele me mantém vivo.

Já não mais odeio o Sol.

Mesmo cedo, ele me acorda... E me dá o maior presente que eu poderia ganhar: Uma pintura rodeada de cores e luzes que se misturam em uma dança tão bela, que eu não imagino o que seria de mim se ainda não a quisesse ver.