FINAL INEXPLICÁVEL

FINAL INEXPLICÁVEL

Sonia Barbosa Baptista

Só depois de um mês, ela resolveu abrir o envelope.

O medo das palavras que por ventura estão escritas a apavorava.

Com as mãos trêmulas e coração aos saltos, tomou coragem.

Mas antes de ler, veio-lhe, a triste lembrança do último encontro.

Não conseguiam se entender, o que foi raro, pois se amavam intensamente.

Todas as vezes que estiveram juntos, tinham sido maravilhosas.

E nesse dia, ao se despedirem, ele disse, que precisavam conversar.

O que a deixou muito nervosa.

Porque esse papo, de que precisamos conversar, não soa bem num relacionamento.

Ela já o havia notado, meio que sem interesse durante a semana.

Mas nesse dia, era como se a sua presença o irritasse.

Olhou firme para ele, mas se sentiu mal e teve um leve desmaio, que ao melhorar, estava com a vizinha ao seu lado, e um envelope, com seu nome em cima da escrivaninha.

Desde esse dia, passou a segurar o envelope, tentando saber qual surpresa nele continha.

Finalmente está aberto e ia saber do que se tratava, porque desde então, ele não mais apareceu.

Um mês sem dar e sem pedir notícias, fez com que ela ficasse apreensiva, além de acreditar que tudo estava acabado entre eles.

E seria simples demais ler a carta.

Mas preferiu acender a trempe do fogão e com toda certeza de que estava tomando a decisão certa... Queimou a carta.

E assim, colocava fim naquele romance, que em nada parecia conturbado, mas que teve um final inexplicável.

20/06/2009

Sonia Barbosa Baptista
Enviado por Sonia Barbosa Baptista em 20/06/2009
Reeditado em 20/06/2009
Código do texto: T1658764
Classificação de conteúdo: seguro