Ponto perdido

Angustiante paciente do crepúsculo

A aurora distante perscrutou

Tens agora mais um dia, o derradeiro

O Amanhã é um engano que aspirou

Acreditar: embriaguez empirista

Quimera, presunção decadente

É o acaso que dita tua sina, otimista.

A curva é sinuosa até para a serpente

A medicina falha, dor não arrefece

Tua veia sangra, teu pulso mente

A morfina abranda, afina o fio-morte

E viver não basta, queres a utopia

Um gozo celeste, sombra e poesia.

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 26/06/2009
Reeditado em 26/06/2009
Código do texto: T1669023