Guerreiro Rei
"Lembro de tantos momentos bons
E o quanto feliz eu fui,
Tanto, que nem acreditava
Meu sono chegava rápido, e eu durmia bem
Hoje espero horas e horas e ELE não vem
Em minha mente os saudosos sorrisos contentes
Todos admiravam
Hoje estou só, meu 'todos' tornou-se ninguém
Estou cada dia mais triste
Esperando a felicidade que não vem
Meu semblante é de um guerreiro rei
Mas por dentro este féu amargo
Gosto ruim por entre os lábios
Há...este eu mesmo dei!
Meus olhos grandes parecem mortos e sombrios
Olhos que eu tanto admirei
Minhas mãos molham rapidamente o papel
Suor, temor, a doença que não sei
Meus cabelos estão longos e permanecem negros
Comos os meus últimos dias
Está quase amanhecendo e me vou distraindo
Escrevendo
Gastando a essa tinta preta que rabisca, pinta e expõe
Ouço o canto dos galos da madrugada sombria
Escuto o som dos ponteiros do relógio da sala
Marca hora de deleito, o café que estava ainda quente, não tomarei
Muito doce, não gostei
Reviro as gavetas, e encontro as páginas de um livro que ainda não rasguei.
Nossas fotos em meio aos jornais que não queimei
Um momento a mais
Tudo se resume em angústia
Neste meu péssimo momento fulgaz"
Gostei do resultado final, percebo no que escreví um quê que se aproxima vagamente da preciosas palavras de Florbela Espanca, uma de minhas grandes inspirações.