Meus sonhos
Senti dores que já não me doem mais.
Sonho.
Faço dos meus sonhos razão.
Preciso da solidão e alguma vez até de isolamento.
Se não acontece sinto-me presa como bicho numa jaula.
Tenho medos e receios, mas me provocam.
Então ouso.
Não suporto caminhar por lugares conhecidos.
Não me permitem o sonho e sempre me levam ao mesmo lugar.
O previsível não me permite a travessia.
Perdi pessoas, momentos, paixões.
Disse o que não queria, fiz o que não deveria.
Alguma vez acertei.
Outra errei.
Perdoo-me.
Passou.
O que perdi ficou em mim.
Tornou-se eu mesma.
Misturei-me ao certo e ao errado provocada pelas incoerências e desejos.
Quando penso que tudo sei de mim, desconheço-me.
Ao atuar na direção da minha força organísmica, reconheço-me.
Incoerente, apaixonada, teimosa.
Não desisto da vida e acredito no homem.
Em algum momento, não sei qual, decidi:
Serei o resultado dos meus sonhos.