PROSA SURREALISTA: MONÓLOGO INSOLITO OU NOTA PARA UMA FILOSOFIA DO PERFUME

Dizei-me raparigas de escritórios, faculdades e bestas baladas, estas que se julgam o máximo em suas roupas de luxo e luxuria: O que é o perfume?

Respondo sem medo de despertar espectros de espanto. Não passa este nefasto liquido de alguma bizarra espécie de inseticida que atenta contra o nosso corpo inocente em sublime natureza.

Afinal, o que é o perfume além, de uma espécie de máscara a ocultar a natureza mais pura e viva que nos faz animais humanos?!

Rogo-lhes do fundo do meu coração embebido em cores vivas e gritantres de contra cultura: Jogais fora estes vidros bonitos de ordinário liquido de ilusórios odores!

E se reconciliares com teus dignos cheiros tanto quanto com os seus corpos, não dês um só segundo a duvida da razão. Despi-vos em praça pública de tuas vestes de espantalho de luxo e mediocridade de modas!

Sejam em um só instante como a lua e a terra na mais perfeita vida que arde no calor natural dos corpos!

Despi-vos, lhes digo, em todos os sentidos! Principalmente de sociedades onde o olhar masculino define a realidade da mulher e do corpo! Retorna na água e na terra a telúrica energia da Grande Mãe!

As florestas ainda abraçam a nudez feminina em gozo de liberdades interditas!