Dama

A Dama profana em instantes todo o tabuleiro

Altiva, transpõe a todos, rendeira como ela só

Dispõe dos desejos que lhe chegam sobejos

Ela lança ao pó, de onde vieram e retornarão

Ao simples toque de suas mãos que criam mistérios

Translúcida e lúcida, elucida a todos numa carícia

Em seu querer não tocam nem repicam sinos

Não é nem fênix, nem se dobra feito cantiga antiga

Lenda viva, música inédita, edita segredos dentro de si

A Dama faz a triangulação inexata por detestar perfeição

E sobrevoa o tabuleiro como guerreira de qualquer estação

Todos almejam encimar-se, mas ela em seu voo lúdico

Ilude todos os órfãos de citações reeditadas em variadas versões

E calma contínua seu passeio até lá, onde se torna e retoma a Anfitriã