Sentada

Sentada no sofá, quase afundada, olhando o excesso de sol na janela, pensava:

"Como eu queria lançar meus chinelos pra cima, em qualquer direção e gritar. mas como se tudo congelasse e ninguém pudesse me ouvir. Como se eu pudesse finalmente dar para as coisas a importância que ela tem... nenhuma. Passageiras, descartáveis, nulas. como se cada vez que partisse para a próxima, as outras ficassem pra trás, como se nunca tivessem existido. Sem passado.
Que eu guardasse apenas lembranças que realmente valessem, ou por serem muito boas, ou por determinarem algo que não deve ser repetido em hipótese alguma. O resto iria todo embora, para que cada vez que eu fizesse uma nova tentativa, ela fosse a primeira."
sonhadora insone
Enviado por sonhadora insone em 06/08/2009
Reeditado em 05/04/2010
Código do texto: T1740028
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