I S O L A M E N T O
Evaldo da Veiga


Dói se sentir só quando se quer convívio.
Falar com as paredes que não ouvem
 e nem respondem...

Será mesmo essa indiferença toda?
Ouvi a parede dizer: - "estou aqui".

Está mesmo, já estava,  sempre esteve.
Mas não é isso ser presente.

É necessário existir em verdade no convívio...
A presença física tem que estar alicerçada
na essência que comanda o ser.
Do contrário, é um mero envoltório.
Indumentária que veste o nada.

No exercício de estar só,
é necessário cumprir etapas.
E a primeira é identificar se o isolamento é real,
ou uma abstração produzida pelo mecanismo
de sintonia emperrada.

Melhor estar só se é esse o momento.
E o melhor ainda, o melhor mesmo,
é distinguir se é solidão ou fuga.
Dai é que começa a solução.
Partir para o amor, verdadeira vida.

Nota: Imagem, tela do Salvador Dali

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