Na vida... Escalei montanhas, sem vestimenta própria; sem apetrechos.
Tinha visão no alto... No pico!
Grudei-me às rochas e delas fiz proteção –  sólida, porém, estática –, e... Muitas  vezes, recostada na sua frieza, vi de suas fendas saírem serpentes, das quais, eu mesma, tive que me livrar ou vencê-las.
Na subida, minhas mãos sangraram... Dei tudo de mim, para firmar os meus pés, que  durante o grande esforço, calejaram...
Durante a subida, algumas vezes perdi o fôlego, senti tonturas... Quase desfaleci! Rochas difíceis, sempre presentes, mas tão ausentes de mim...
Não parei, continuei... Subi...Subi! Pus-me em pé!
Descansei, por momentos, contemplei tudo que estava abaixo de mim...
Maravilhosa visão! Lindíssima criação...
Absorvi o vento, que se fez brisa. A beira do abismo, abri os meus braços, quis voar... Parei! O abismo, não é meu lugar!
Olhei para o alto... O tempo mudou! O céu se fez bronze...
Começou uma chuva fina, que em tempestade se transformou. Molhei-me por inteira...
A fria rocha, estática, ponte para minha subida, agora, embaixo dos meus pés e eu, ao pé do abismo...
Trovejou! Relampejou! Um raio do céu desceu!
A rocha... A minha ponte, cedeu... Esfacelou-se!
Cai em mim! Grande descoberta!
Por mais alto que o homem possa estar, se não estiver com os pés firmados na ROCHA, de lá, Ele o derrubará!
Se te elevares como águia, e puseres o o teu ninho entre as estrelas, dali te derribarei, diz o Senhor (Oba 1.4).

EstherRogessi. Prosa: A Rocha Que Não Se Desfaz.
Recife,29/08/09.
EstherRogessi
Enviado por EstherRogessi em 30/08/2009
Reeditado em 04/03/2017
Código do texto: T1783209
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