Eu, a Janela!

Abri a janela, que havia dentro de mim...

Em seu interior havia grito, havia lágrima...

E um sorriso.

Pousei minha mão neste largo aviso de alegria vindoura.

Senti um arrepio percorrer ligeiro,

Até que em meu colo recostasse sereno.

Era medo, ansiedade talvez...

Recobri as cortinas, de meu ser inquieto...

Nos umbrais de meu peito não se ouvia canto,

Outrora era espanto, pois as aves migraram,

O inverno era certo.

Que frio, resvalava em minha pele ainda intocada,

A menos que a brisa fosse companhia suave,

Esta sim,envolvia lentamente meu olhar vazio.

Meu corpo respondia com um aceno quase mudo,

Enquanto meus lábios tremeluziam entre a clareira,

A janela estava aberta.

E meu bocejo abrira-se repentino, a um disparate

Quase involuntário.

Era um riso, não podia ser...

Pensei em seguida, tamanha ambição estivera distante,

E agora tão sucinta em meu rosto,

Amei, sim eu amei.

Já que por um breve segundo, ainda que findo...

Fiz parar todo o mundo, a me ver sorrir.

Noemi Prates
Enviado por Noemi Prates em 04/09/2009
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