Um dia em minha vida  


 
Hoje, terça-feira, um dia da semana que, particularmente, gosto.  
Pela manhã, não me sobra tempo para nada nem mesmo para uma caminhada, pois tenho que colocar as crianças para escola e, em seguida, ir trabalhar.  
Depois de toda uma rotina, escolho uma roupa bem bonita e sensual como  
de costume, separo um par de sandálias bem nuas, que valorizam os meus pés e o torneado das minhas pernas, coloco meu perfume predileto e o único  
de todas as ocasiões. Escolho as joias que combinam com o vestido, um par  
de brincos e anéis da mesma linha; em seguida, pego meu táxi e, finalmente, sigo para o trabalho.  

No trajeto da viagem, meus pensamentos divagam ora na leitura do livro que estou lendo, ora na música que toca no meu mp4, meu pensamento vai longe... para ser exata e por coincidência uma terça-feira, foi quando tudo começou. Volto a prestar atenção na música que está tocando, é um tango eletrônico, tema de um casal da novela “A Favorita”, que passou, também, a ser a nossa trilha sonora, pois éramos muitos parecidos com o casal da novela. Um amor meio fora do normal. Só que o nosso amor não imitava a arte, ele não é representando em um palco, onde os atores acabavam de representar as cenas e voltavam para a vida cotidiana.  

O nosso amor segue a vida normal meio que igual à de todo mundo: com problemas, com dificuldades e doenças. Volto para minha leitura que está muito interessante, a música acabou e começou outra tão bela quanto à anterior. Fico distraída novamente e os pensamentos voam e pousam em um lugar muito especial. O motorista puxa uma conversa vendo-me distraída e percebe que também não estou escutando a canção que estava tocando, pois percebe em meus olhos cheios de lágrimas, que correm pela minha face caindo dentro da minha alma. Procuro um sorriso no lábios para tranquilizá-lo e dizer que está tudo bem e que a vida segue como uma breve corrida de táxi.  

Finalmente, chego ao meu trabalho e fico ansiosa à espera de um telefonema dizendo-me que está tudo certo e que, hoje, o trabalho será árduo, o que é ótimo, pois não há terapia melhor para mim e para ele do que um bom dia de trabalho. Chegando a noite, finda o meu dia de trabalho, hora de pegar uma academia e fazer minha natação e repor e gastar, novamente, toda energia que gastei durante este dia de trabalho.

sol pereira

Ligue o som !

Pa bailar (Bajo Fondo)

Rio de Janeiro, 17 de junho de 2008.