Seu adeus

Fúnebre momento hilário, percorre toques de olhar, calafrio, imensidão, o contrário digo não.

Ouvi um adeus de quem eu amava, caindo como neve sobre meus sonhos.

Era seu adeus frio como uma neblina sobre os montes, cobrindo-os aos poucos com sua umidade.

Veias da imaginação, suor entre gestos, ventos que sopram calados, amaldiçoados coitados... tempo, vago atado, corre sangue intenso.

Encharquei-me do adeus de quem eu amava... e todo meu coração se tornou enchente, que eram as águas geladas do seu adeus misturadas às águas maculadas das minhas dores.

Eu mesmo perdido... tardio é meu vão, coração triste e oco, nem pensa em perdão.

Senso não há, palavras perdidas, o que cita ação, intensa revolta agora.

Ouvi um adeus que se prolongou no infinito e vi minha vida dizendo adeus à vida... enterrando-me no adeus de quem eu tanto amava.

Aramis
Enviado por Aramis em 11/09/2009
Reeditado em 11/09/2009
Código do texto: T1804143