É HORA

É hora de guardar todos os papéis, de guardar o lápis, de fechar o caderno. É hora de deixar as histórias de lado e de rasgar os velhos versos, gravados em papéis sujos e desbotados. É hora de tirar o nó da gravata, de tirar o cinzeiro da sala. É hora de tirar o terno, os sapatos e de trocar os porta-retratos. É hora de esconder os relógios, de dar tempo ao tempo. É hora de sentir a brisa, a chuva, o sol e o vento. É hora de ligar para um amigo e de esquecer os inimigos. É hora de acertar os encontros, de renovar os “ois” e de esquecer as despedidas. É hora de mandar flores, de pensar em novas paixões e de viver novos amores. É hora de tomar um fogo, de assistir um filme, de reler um livro. É hora de mais uma saideira e de ficar até mais tarde na rua, pois é sexta-feira. É hora de acreditar mais em você, de deixar o mundo girar sozinho, de reinventar novos movimentos e de acreditar em todos os sentimentos. É hora de mais gestos afetivos, de mais carinhos, de fazer novos amigos e de acreditar no impossível. É hora de repensar a vida, de fazer novas escolhas e de viver intensamente todos os teus novos momentos. É hora de reescrever o livro da vida; repaginar histórias, poemas e passagens. É hora de desenhar um novo final e recolorir o caminho. É hora de pensar que a vida passa ligeira e, principalmente, que essa é a sua hora de passar por ela!