-Você é uma Nova?
- Nova? Não... até acho que já vivi muito
- Aqui, quanto mais vivemos, mais brilhamos e você está embaçada, o que houve?
- Não lembro... Apenas vagamente recordo que um brilhante fio de prata me puxava para cima... Onde estou?
- Não sabe? Olhe para mim! Sou uma estrela, estamos em uma galáxia.
- Ah... Começo a entender. Quando estava lá em baixo as pessoas diziam que todos temos nosso próprio brilho, estrelas ou pessoas. E que muita gente que morria, virava estrela. Só não entendo porque, como você mesmo diz, estou tão fosca...
- Todos nós, estrelas ou gente, passamos pelo período de opacidade, é natural, em breve você vai brilhar.
- Há alguma coisa que eu possa fazer para brilhar?
- Ah... sim, só você pode!
- Ensine-me, por favor! Não quero ser uma estrela que ninguém vê da Terra.
- São três passos: primeiro: aceite seu estado passageiro de estrela sem brilho;
 Segundo: aquiete-se e fique em silêncio. O silêncio nos leva ao Criador;
 Terceiro: abra-se, rasgue o véu, escancare portas e janelas, deixe-se invadir... E aí... o manto da abóbada celeste vai polir você.
....
 
Uma noite se passou.
- Puxa! Você aprendeu direitinho! Parece um espelho novinho!
- Aprendi o que em meu planeta já sabia, mas nunca pus em prática! Ah... Se tivesse seguido os três passos enquanto lá estava, recuperaria meu brilho...
- Não se lamente, você agora é uma estrela! E enfeitar o céu é nossa missão.
- Vamos escorregar?
- Escorregar?...
- Sim, alegrar os olhos do povo lá de baixo, fingir que caímos...
- ah!!! Vamos sim! Estou louquinha para experimentar.
...
E as estrelas continuam escorregando e nem pensamos em suas estórias...